Na dica de hoje iremos falar de quando surgiu o violão no formato que é hoje e falar um pouco a respeito da sua trajetória.
Vamos deixar uma dica para quem deseja aprender a tocar esse instrumento de uma maneira simples e objetiva através do sistema numérico. Acesse aqui!
O violão como o conhecemos hoje começou a tomar forma no final do século XVIII, consolidando-se no século XIX com seis cordas simples e corpo em formato de oito. A seguir, um artigo completo com ênfase histórica, técnica e cultural.
Quando surgiu o violão no formato que é hoje?
Raízes antigas e evolução gradual
O violão moderno é fruto de uma longa trajetória que remonta à Antiguidade. Instrumentos de cordas dedilhadas já existiam em civilizações como a egípcia, grega e romana.
No entanto, o ancestral mais direto do violão foi a vihuela, popular na Espanha do século XV e XVI. Com corpo semelhante ao do violão atual, a vihuela possuía seis ordens de cordas duplas e era afinada de forma parecida com o violão moderno.
Durante os séculos XVII e XVIII, a vihuela foi gradualmente substituída por instrumentos chamados de guitarras barrocas, que já apresentavam um corpo mais arredondado e cordas simples. Esses modelos foram fundamentais para a transição ao violão de seis cordas simples.
O nascimento do violão moderno
A consolidação do violão no formato atual ocorreu no final do século XVIII e início do XIX. A primeira referência documentada a uma guitarra com seis cordas simples data de 1770, em Madri.
Esse modelo já apresentava o corpo em forma de “8”, o braço com trastes fixos e a afinação padrão em mi-lá-ré-sol-si-mi, que permanece até hoje.
Foi nesse período que o violão começou a se diferenciar claramente de outros instrumentos de cordas, como o alaúde e a guitarra barroca. A simplificação das cordas — de ordens duplas para simples — facilitou a execução e contribuiu para a popularização do instrumento.
Antonio de Torres e a padronização do design
O grande marco na história do violão moderno foi a atuação do luthier espanhol Antonio de Torres Jurado (1817–1892). Ele é considerado o “pai do violão moderno” por ter estabelecido as proporções e características que definem o instrumento até hoje:
– Tamanho ampliado do corpo, para maior projeção sonora.
– Tampo harmônico mais fino, com barras harmônicas em leque para melhor ressonância.
– Uso de madeiras selecionadas, como cedro e jacarandá.
– Estabilidade estrutural, com reforços internos que permitiam maior tensão nas cordas.
Essas inovações tornaram o violão mais potente, equilibrado e expressivo, permitindo seu uso em salas de concerto e contribuindo para sua aceitação como instrumento solista.
Expansão e popularização mundial
Com o tempo, o violão se espalhou por toda a Europa e, posteriormente, pelas Américas. No Brasil, ganhou destaque no século XX, tornando-se essencial em gêneros como o choro, a bossa nova e a música popular brasileira. Sua versatilidade sonora e acessibilidade o tornaram um dos instrumentos mais tocados no mundo.
Conclusão: um instrumento em constante evolução
Embora o formato básico do violão tenha sido estabelecido no século XIX, o instrumento continua a evoluir.
Hoje, existem variações como o violão elétrico, o de 7 cordas, os modelos com cutaway e os feitos com materiais alternativos. No entanto, a essência do violão — corpo em forma de oito, seis cordas simples e afinação padrão — permanece como legado da genialidade de luthiers como Antonio de Torres e da rica história que o precedeu.
O violão moderno, portanto, é o resultado de séculos de experimentação, fusão cultural e inovação técnica, consolidando-se como símbolo universal da música e da expressão artística.
Fonte de pesquisa: Wikipédia
José Conceição
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